
O pôr do sol é necessário para que tenhamos tempo de respirar, ajustar os passos, apreciar a beleza da vida, para que, em breve, possamos recomeçar.
Autora: Verônica Menezes
Anos
O pôr do sol é necessário para que tenhamos tempo de respirar, ajustar os passos, apreciar a beleza da vida, para que, em breve, possamos recomeçar.
Autora: Verônica Menezes
Ai se as borboletas e as águias pudessem nos esclarecer como se dá o processo de transformação para conseguirem voar bem alto e para serem livres…se elas pudessem falar da importância do recolhimento em si e para Si, nos explicariam a necessidade de recolher-se do convívio com os seus pares por se tratar de um processo pessoal e intransferível.
Ai se as borboletas e as águias pudessem nos contar sobre a importância do silêncio, do momento em que estiveram isoladas ouvindo o som da própria alma pedindo paciência para aguardar que todo processo de transformação se consumasse, impulsionando-as ao renascimento….
se elas pudessem nos falar sobre todas as mudanças que ocorreram em seus corpos para chegarem ao ponto que chegaram, nos explicariam o quanto valeu a pena a experiência da reclusão, as inúmeras habilidades que foram desenvolvidas para a superação das dores que enfrentaram e transpuseram.
Se elas conseguissem externar para nós quantas inquietações se apresentaram, mostrando-se maiores do que realmente eram, as induzindo a desistir… se elas pudessem nos traduzir, apenas com a sua beleza e leveza, o quanto se tornaram fortes, únicas e especiais por terem passado por todos esses desencontros para se reencontrarem consigo mesmas, seria muito bom!
Seria muito bom, também, se conseguíssemos compreender, através dos seus voos, que nem o céu é o limite e que o limite está no medo de viver, de passar pelo processo de transformação que, certamente, nos levará ao encontro de nós mesmos.
Autora: Verônica Menezes
A cada dia surge, em cada canto da cidade, uma nova farmácia, funcionando em regime de 24 horas para atender às demandas dos que procuram solução para suas dores. Isso é mais um reflexo do quanto a alma grita e não a escutamos.
Não é raro vermos filas em farmácias, mesmo tarde da noite. Parecem pessoas à espera para diversão (como acontece nos cinemas, parques, etc.), mas, na verdade, elas estão na tentativa de suavizar suas dores físicas, inconscientemente driblando os sintomas e efeitos das emoções que castigam impiedosamente seus corpos.
Enquanto continuarmos olhando para fora, atropelando nossos sentimentos e ignorando as nossas emoções, a alma continuará sofrendo, exigindo a atenção e cuidado necessário. As doenças se manifestam traduzindo no corpo as consequências das emoções que precisam ser vistas, compreendidas e trabalhadas.
A psicossomática é uma ciência que tem trazido contribuições interessantes para a medicina, através do estudo das doenças que se manifestam no corpo, mas não começam nele. Também tem apontado para raízes que se iniciam nas questões subjetivas da vida, somadas a emoções ainda desconhecidas e ignoradas que merecem atenção e respeito.
Muitas doenças, dores, feridas, fraturas, dentre tantas outras enfermidades, são justificadas e reconhecidas quando olhamos para o nosso mundo interior, compreendendo que não somos apenas um corpo físico. Precisamos expandir o nosso olhar para além desse corpo, mergulhando nas camadas dos corpos emocional e espiritual.
O corpo físico sente o que a alma grita. A partir das experiências mal vividas, nesta e em outras vidas, vamos somando as emoções represadas, não aceitas e rejeitadas por nós. Em nossas vivências, muitas vezes calamos o que desejamos gritar, ouvimos o que não mais suportamos escutar, sentimos e não manifestamos os nossos sentimentos, ocultando os nossos desejos e vontades.
Vivemos prisioneiros de nossos próprios sentimentos, ignoramos nossos anseios, fingimos e mentimos para nós mesmos a todo tempo. Vivemos uma vida artificial, superficial e morna, que resulta nas enfermidades do corpo, que sinalizam uma alma que necessita de acolhimento, respeito, liberdade.
A saúde do corpo é resultado da saúde da alma. Os remédios muitas vezes suavizam, de fato, as dores físicas, porém mascaram as dores que jamais serão percebidas se continuarmos acreditando que o nosso corpo físico é o começo e o fim de tudo. Nada começa no corpo e muito menos termina nele.
Precisamos mergulhar profundamente em nós e descobrir a nossa imensidão. Só assim encontraremos a cura real da nossa alma, aliviando as nossas dores que se arrastam, trazendo ao nosso corpo físico a cura tão desejada.
Autora: Verônica Menezes
Há um movimento que impulsiona pessoas cada vez mais a buscar o espiritual sob diversos contextos. Crise existencial, doenças, insatisfações, angústias, problemas na relação amorosa, desemprego, etc. são narrativas que servem de pano de fundo para queixas, as mais diversas, cujos contextos muito parecidos movimentam para essa busca.
A complexidade, cada vez maior, que se encontra na vida e consequentemente no viver provoca demandas que não comportam mais as explicações simplistas e reducionistas de compreender as ocorrências, que a todo momento denunciam a falta de habilidade nas interações que estabelecemos.
Muitos são os recursos criados para que possamos nos aperfeiçoar e criar condições favoráveis para vivermos. Porém, sempre haverá um limite prejudicial se não contemplamos o espiritual. Nessa dimensão, encontramos um vasto horizonte de possibilidades, mas que, se não bem aproveitadas, tendem a cair em meio ao vão da credulidade. O espiritual é subjetivo por natureza e, assim sendo, impulsiona o indivíduo ao acesso de aspectos mais profundos e ainda muito incompreendidos.
O Espiritismo fornece princípios que proporcionam a busca por essa compreensão, legitimada através da própria experiência, levando à constatação de que somos Espíritos imortais. Apresentando Deus como uma causa e tratando o fenômeno da reencarnação como mecanismo de atualização de habilidades e aquisição de valores, o Espiritismo favorece encontrarmos os indicativos que aplicados nos posicionam positivamente na vida.
Muito se fala em espiritualização, evolução, iluminação, mas pouco se faz pelo espiritual. Espiritualidade não é isso nem aquilo, não está nos templos, nas igrejas, nos terreiros nem nos centros espíritas; não está no dar nem no fazer, mas sim em como tudo isso ocorre, transpondo as conversões do subjetivo.
Podemos entender a espiritualidade como um conjunto de elementos que proporcionam viver com coerência e sensatez, como amorosidade, respeito, responsabilidade, firmeza, espontaneidade, alegria, perspicácia, maturidade, autodeterminação, etc. Espiritualidade é ir ao encontro do sentido existencial, novos conceitos e entendimentos, ampliar a visão de mundo e apreensão da realidade, que mobiliza forças internas para realização de ações que promovam o entendimento do funcionamento da vida, o funcionamento de si mesmo, para alcançar a profundidade da subjetividade individual.
Não basta fazer algo ou alguma coisa, é preciso fazer com sentido, ir além, implicar-se em tudo que se faz, pois a espiritualidade está presente em cada gesto, cada pensamento, cada sentimento que existe em nós. Espiritualidade é também viver cada experiência como ela é, levando em consideração aspectos considerados favoráveis e desfavoráveis, mantendo a compostura e também perdendo a compostura, “acertando” e “errando”, criando e recriando, mas sempre buscando o sentido de cada experiência para progressivamente alcançar a adequação nas interações da vida.
Sentido gera vida, que gera movimento, que gera experiências, que gera aprendizados, que gera adequações e aperfeiçoamento, que gera vida. Espiritualizar-se é encontrar o sentido para cada momento, cada objeto, cada movimento, adicionando alegria e bom ânimo, identificando o propósito e viver com intensidade, aproveitando as possibilidades sem medo das experiências de viver.
Autor: Júlio Leão
Muitas vezes, ao nascer, já herdamos de nossos pais, familiares ou pessoas responsáveis por nossa educação, a religião que eles seguem. A religião da maioria. Podemos nascer numa família ateia, embora isto pareça não ser a regra, pelo menos não em nosso País.
Podemos seguir por aquele caminho sem questionamentos, até o momento em que começamos a fazer nossas próprias perguntas. Nossa alma passa a exigir respostas que fórmulas e preces repetidas de forma dogmáticas não se encaixam mais. Buscamos aprofundamento na religião que seguimos para encontrar estas respostas, ou mudamos, se não as encontramos.
Esse nosso anseio interno pelo espiritual é o que chamamos de religiosidade. Ele é inato, está em nós. A religião é o caminho (externo) que talvez nos ajude a chegar aonde almejamos, se é que existe uma linha de chegada para esta busca, pois como seres humanos imperfeitos (na verdade há uma redundância aqui), pois ser um humano, já nos caracteriza como imperfeitos, continuemos: como seres humanos, mudamos todos os dias, aprendemos todos os dias, queremos outros caminhos todos os dias, e a religião que eu sigo precisa comportar estas mudanças. Se ela não consegue mais me trazer as reflexões que preciso para que este contato com o espiritual continue, provavelmente aquele caminho não será mais motivador. Outra forma de ligação surgirá. Talvez até uma religião pessoal. Não, não estamos falando em fundar uma igreja ou uma nova religião, mas em você encontrar o seu local sagrado em você mesmo.
Religião não é algo permanente na vida de ninguém. Posso sim abandonar aquele caminho religioso e encontrar um outro, ou transformá-lo ou adaptá-lo às minhas buscas. A religião precisa se adequar as mudanças de vida que ocorrem com cada um de nós. A religião precisa ser atualizável e adaptável. E aí você pensa: somos muitos, muito diferentes, será impossível uma religião atender a tantos! Sim, por isso que temos a diversidade religiosa, por isso precisamos respeitar o caminho de cada um, as escolhas de cada um, assim como queremos respeito pelas nossas escolhas.
Somos diferentes, temos ideias diferentes, comportamentos diferentes, culturas diferentes, valorizamos mais algumas coisas do que outras, a depender da cultura em que estamos inseridos. E mesmo inseridos em uma mesma cultura, continuamos diferentes. Uma coisa porém é comum: nosso desejo pelo espiritual, nossa busca pelo divino, nossa religiosidade. Como espíritos imortais, por quantas religiões já passamos? Quantos caminhos já experimentamos? Sua religião lhe leva a reflexões constantes? Sua religião consegue traduzir, nem que seja em parte, a sua religiosidade?
Autora: Laísa Boaventura
Os espíritos estão sempre a serviço do ser encarnado para realizar trabalhos que possam ajudar a qualquer vida entre os encarnados. Muitas vezes eles encontram dificuldades entre os médiuns por conta de suas dúvidas, incertezas e inseguranças. Outro aspecto nessa relação é que nós, encarnados, não tratamos a mediunidade com naturalidade e usamos o padrão espírita como único modelo para nos relacionarmos com a mediunidade. É necessário que se faça um trabalho de investigação acerca da mediunidade com base nos livros de Allan Kardec. Além disso, é necessário também vivenciar a experiência mediúnica em si mesmo, tirando dúvidas, naturalmente, com relação à teoria e à prática mediúnica. Ao lado disso, ou concomitante, é também importante um trabalho de autoanálise. Conhecer-se é fundamental para que se torne um melhor intérprete do que os espíritos trazem. A frase de Descartes “Penso, logo existo” aponta para a importância do pensamento para o ser encarnado. Essa matéria do pensar é a realidade do espírito eterno, ou seja, não é possível não pensar. É nesse campo que nasce o pensamento do espírito comunicante para nos trazer informações a respeito da vida. A comunicação acontece no inconsciente, esse é um dos motivos de não se ter tanta certeza da comunicação. Assim sendo, o trabalho de reforma e de crescimento interior é talvez o mais importante ingrediente para facilitar a influência dos espíritos nos conteúdos que eles querem nos trazer.
Autor: Luciano Menezes